A indústria farmacêutica não quer a cura, sim consumidores

Tratamento ou controle social?

Para muitas pessoas a ideia de que a indústria farmacêutica não deseja criar saúde não passa de uma teoria esquizofrênica, conspiratória e paranoide – porém, os fatos revelam que, realmente, essa indústria busca a doença. Quando falamos em transformar doença para a saúde, não estamos dizendo de um medicamento específico e mágico que poderia realizar tal feito. O processo de doença não ocorre de forma clássica, estática e mecanicista – um modelo que a medicina ainda insiste em apoiar-se. Uma das razões, que influenciou fortemente esta visão, é o fato de que a saúde virou uma mercadoria. Hoje a produção científica está subordinada às lógicas farmacêuticas. O que isso significa? Que a busca do lucro, como fator primário, traz uma população cada vez mais dependente de uma lógica que torna-nos viciados.

É real: os laboratórios financiam a prática médica. Assim, os aspectos preventivos, que realmente podem trazer alguma transformação na questão da saúde pública, ficam em último plano. Os governos investem muito pouco em programas de saneamento básico, alimentação e modificação do estilo de vida dos indivíduos. Desta forma, por exemplo, hoje observamos um aumento absurdo do diagnóstico de casos de transtornos mentais. Eles querem “consertar” o seu cérebro, com medicamentos que não curam. E todo médico sabe disso.

Não apenas na psiquiatria isso é uma realidade, mas também nas indústrias de outras doenças, que continuam gerando lucros exorbitantes. Há décadas prometendo a cura de doenças como o câncer, por exemplo, apenas vemos que os casos só aumentam. Isso porque não citamos os vícios à drogas, pelos quais os profissionais da saúde se sentem impotentes para lidar com algo tão complexo.

Saúde é um conceito complexo; remédio é lógica simplista. Olharmos para as pessoas como um todo, sujeitos biopsicossociais, implica largarmos para trás o grande erro que continuamos cometendo. Um bom começo é desmistificar a ideia de que precisamos de medicamentos para todos os problemas e que sem eles morreríamos podres. Mas as farmacêuticas não vão deixar isso acontecer tão fácil. Faz parte do negócio: prometa algo, coloque medo e faça as pessoas correrem pra farmácia.

Não se espantem, pois não veremos grandes curas daqui para frente na ciência. A grande promessa de nos tornar incrivelmente saudáveis não será realizada. Não tão cedo. Porém, está nas suas mãos deixar de submeter-se a este ciclo vicioso. Desconfiar das pílulas mágicas já é um bom começo.

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